quinta-feira, 19 de agosto de 2010

MAÇAROCA

Os putos lá do bairro eram mesmo fixes. Não é vaidade. É mesma uma realidade captada com a máquina de fotos de quem gosta de memorizar as imagens lindas de uma meninice vivida com alegria.
Mesmo fixes nós os putos simples do bairro. Quando te falo que éramos fixes digo-o porque os mais velhos que trabalhavam lá no Caminho de Ferro curtiam-nos mesmo. Na época da colheita do milho, ou até mesmo antes, os kambas traziam o melhor presente do nosso Huambo. Ainda no leite, nos diziam, eles nos traziam as maçarocas mais saborosas da mãe natureza. Lhe punhamos nas brasas do forno que aquecia a água lá das casas, nunca no fogão, deixávamos tostar como torradas, lhe barrávamos com a manteiga fresquinha e... Nossa Senhora da Muxima até parecia que estávamos a tocar aquele instrumento musical que os tugas chamavam de gaita de beiços. Só parávamos mesmo quando já não havia milho na visão de um dos nosso pecados, a alegria de saborearmos o melhor da nossa terra.

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